SNT PR8 - Vinho de Colares (14.8 km)

This route, by terra saloia, is inserted in the Natural Park of Sintra-Cascais, which aims to preserve and maintain the traditional landscape, the promotion of organic farming, the revitalization of the production of Colares wine as well as traditional fruit trees, and the implementation of sustainable agricultural practices.

The route starts from Colares and crosses the Pinhal da Nazaré. It passes through Azenhas do Mar, an old fishing village perched on the ocean in fragile cliffs, and continues on its way to Aguda by trails high in the marsh-limestone cliffs of the lower Cretaceous. And then it goes inland, through calcareous meadows, rich in orchids, before reaching Fontanelas, a village of streets in verse. Close to Janas, it passes through the small rural chapel with a circular plant associated with the cult of São Mamede, protector of animals. Once again at Pinhal da Nazaré, the route then returns to Colares.

The route starts at the Adega Regional de Colares, founded in 1931, and heads north, crossing an important habitat over ancient sands - the “Pinhal da Nazaré”, amidst urban agglomerations, pine forests, orchards, vineyards, vegetable gardens, crops and meadows. Here, agriculture still exists with many traditional elements. Depending of this type of agriculture, there are some endangered species of fauna and flora: the European badger (Meles meles), and some birds of prey and orchids. The red-legged partridge (Alectoris rufa) is easily observable. Hedges and orchards are also home to the European hedgehog (Erinaceus europaeus), the red fox (Vulpes vulpes) and the common blackbird (Turdus merula).Viticulture is prior to the foundation of nationality, and Colares wine has been a Controlled Denomination of Origin (DOC) since 1908. The famous wines of the “ramisco” and “malvasia” varieties, worthy of king tableware, are produced here. From the 19th century they became especially famous for having resisted the plague of phylloxera. The vines, often in association with pruned apple trees so that they do not reach more than 1 meter in height, extend their “arms” across the sand, in parcels divided by pedra seca walls, which also delimit the property, and protected against offshore winds with cut cane palisades. The mild temperature and the frequent coastal fogs give way to a light wine with a mixed scent of almonds and violets. Traditional fruit trees, given the characteristics of the soil and climate, have great diversity, asserting themselves as products of excellent quality, with their own smell and flavor.

In Aguda you can see a fossil dune, stage of the evolution process from loose sand to rock (sandstone), a process that lasts thousands of years. It is possible to observe oblique stratifications, translating different phases and orientations of sand deposition.

The cliffs that develop to the north, until Praia do Magoito, show a succession of almost horizontal layers of gray clayey limestone and marl, sedimentary rocks formed millions of years ago, when the sea level was much higher than the current one. The upper limestones are harder and the lower loops are softer; therefore, due to the action of erosive agents, the cliff retreats progressively. At Magoito beach there is a dune formation of great geological value, formed about 10,000 years ago, being contemporary with a regression of the sea that occurred during the last glaciation.

In the cliffs, the endemic sea-lavender (Limonium spp.) show a special habitat for conservation. Birds, such as the common kestrel (Falco tinnunculus), the rock pigeon (Columba livia) and the gulls (Larus spp.) choose these places, safe from predators, to nest. The autochthonous vegetation, essentially of Mediterranean and western-Mediterranean characteristics, presents itself in a varied mosaic of patches of plants typical of sands, of undergrowth and of shrub vegetation typical of calcareous soils, such as the Armeria welwitschii, the Juniperus turbinata, the Ulex densus, the sarsaparille (Smilax aspera) and the kermes oak (Quercus coccifera). Here, there is a great diversity of fauna: European rabbits (Oryctolagus cuniculus), red foxes (Vulpes vulpes), common weasels (Mustela nivalis), ocellated lizards (Lacerta lepida), Montpellier snakes (Malpolon monspessulanus), mainly, but many other animals, such as varied birds and insects.

Based in a text by Manuela Marcelino, in “PR8 SNT Vinho de Colares”, Câmara Municipal de Sintra

SNT PR8 - Vinho de Colares (14,8 km)

Este percurso, por terra saloia, está inserido no Parque Natural de Sintra-Cascais, que tem como objetivos a preservação e manutenção da paisagem tradicional saloia, a promoção da agricultura biológica, a revitalização da produção do vinho de Colares assim como das fruteiras tradicionais, e a implementação de práticas agrícolas sustentáveis.

O percurso parte de Colares e atravessa o Pinhal da Nazaré. Passa pelas Azenhas do Mar, antiga aldeia de pescadores debruçada sobre o oceano em arribas frágeis, e continua a caminho da Aguda por trilhos no alto das arribas margo-calcárias do Cretácico inferior. Interna-se depois pelo interior, através de prados calcários, ricos em orquídeas, antes de chegar a Fontanelas, aldeia de ruas em verso. Já perto de Janas passa pela pequena capela rural de planta circular associada ao culto de São Mamede, protetor dos animais. De novo no Pinhal da Nazaré, o percurso retorna então a Colares.

O percurso tem início junto à Adega Regional de Colares, fundada em 1931, e dirige-se para norte atravessando um importante habitat sobre areias antigas — o “Pinhal da Nazaré”, por entre aglomerados urbanos, pinhais, pomares, vinhas, hortas, searas e prados. Aqui subsiste ainda uma agricultura com numerosos elementos tradicionais. Dependentes deste tipo de agricultura encontram-se algumas espécies ameaçadas de fauna e de flora: o texugo (Meles meles), rapinas e algumas orquídeas. Facilmente observável é a perdiz (Alectoris rufa). Sebes e pomares abrigam ainda o ouriço-cacheiro (Erinaceus europaeus), a raposa (Vulpes vulpes)e o melro (Turdus merula).

A viticultura é anterior à fundação da nacionalidade, e o vinho de Colares é Denominação de Origem Controlada (DOC) desde 1908. Aqui se produzem, em chão de areia, os afamados vinhos das castas “ramisco” e “malvasia”, dignos de mesa de rei. A partir do século 19 tornaram-se especialmente famosos por terem resistido à praga de filoxera. As videiras, muitas vezes em associação com macieiras podadas de modo a não atingirem mais do que 1 metro de altura, estendem os “braços” pela areia, em parcelas divididas por muros de pedra seca, que também delimitam a propriedade, e protegidas contra os ventos marítimos com paliçadas de cana seca. A temperatura amena e os frequentes nevoeiros litorais dão lugar a um vinho ligeiro e com um perfume misto de amêndoas e violetas. As fruteiras tradicionais, dadas as características dos solos e do clima,apresentam grande diversidade, afirmando-se como produtos de excelente qualidade, com cheiro e sabor próprios.

Na Aguda vê-se uma duna fóssil, estádio do processo de evolução da areia solta para rocha (arenito), processo que dura milhares de anos. É possível observar estratificações oblíquas, traduzindo diferentes fases e orientações da deposição de areia.

As arribas que se desenvolvem para norte, até à Praia do Magoito, mostram uma sucessão de camadas quase horizontais de calcários argilosos cinzentos e margas, rochas sedimentares formadas há milhões de anos, quando o nível do mar se encontrava muito acima do atual. Os calcários superiores são mais duros e as margas inferiores mais brandas; por isso, face à ação dos agentes erosivos, a arriba recua progressivamente. Na praia do Magoito existe uma formação dunar de grande valor geológico, formada há cerca de 10 mil anos, sendo contemporânea de uma regressão do mar ocorrida durante a última glaciação.

Nas arribas, os limónios (Limonium spp.), endémicos, evidenciam um habitat especial para a conservação. Aves, como o peneireiro-vulgar (Falco tinnunculus), o pombo-das-rochas (Columba livia)e as gaivotas (Larus spp.) escolhem estes locais, a salvo dos predadores, para nidificar. A vegetação autóctone, essencialmente de características mediterrânicas e ocidental-mediterrânicas, apresenta-se num mosaico variado de manchas de plantas típicas de areias, de matos rasteiros e de vegetação arbustiva própria dos solos calcários, como a raiz-divina (Armeria welwitschii), a sabina-da-praia (Juniperus turbinata), o tojo-gatunho (Ulex densus), a salsaparrilha-bastarda (Smilax aspera) e o carrasco (Quercus coccifera). Aqui se abriga grande diversidade de fauna: coelhos-bravos (Oryctolagus cuniculus), raposas (Vulpes vulpes), doninhas (Mustela nivalis), sardões (Lacerta lepida), cobras-rateiras (Malpolon monspessulanus), principalmente, mas muitos outros animais, como aves e insetos variados.

Com base em texto de Manuela Marcelino, in “PR8 SNT Vinho de Colares”, Câmara Municipal de Sintra